"Estou muito admirado com vocês, pois estão abandonando tão depressa aquele que os chamou por meio da graça de Cristo e estão aceitando outro evangelho. Na verdade não existe outro evangelho, porém eu falo assim porque há algumas pessoas que estão perturbando vocês, querendo mudar o evangelho de Cristo. ..."
A perplexidade de Paulo, diante da leviandade dos gálatas de decidirem viver a vida cristã sob o prisma da Lei e não da Graça, trocando a fé em Jesus pela barganha com Deus, e buscando a aprovação de Deus por meio de sacrifícios e penitências, desprezando assim o sacrifício de Cristo na cruz, que anulou toda e qualquer necessidade de sacrifícios posteriores, a sua perplexidade indica duas coisas pelo menos:
1º) O Evangelho de Cristo não é óbvio.
O "outro evangelho" que estava seduzindo os gálatas, esse sim, era óbvio. Porque tratava os temas da fé em termos de "estímulos e respostas": "Se você cumprir todas essas regrinhas à risca, Deus vai lhe recompensar. E quanto mais regrinhas, mas recompensas, tanto nesta vida quando noutra vida".
Paulo desmonta esse raciocínio falso, ao esclarecer que a realidade da fé no coração humano é sempre um milagre, fruto de um empenho extraordinário de Deus, e não dos equivocados esforços humanos.
Noutras palavras: o Evangelho de Cristo não cabe dentro da lógica matemática humana; não dá pra contabilizá-lo, não serve para barganhar com Deus.
Esta era a visão não apenas de Paulo, mas de todos os apóstolos.
...
Essa tentativa de manipular o Sagrado, de sensibilizar o coração de Deus por meio de sacrifícios e penitências, para que ele nos conceda um futuro melhor é diabólica, porque anula o sacrifício de Cristo na cruz e estabelece nossas ações como parâmetros para o agir de Deus.
Agora, imagine se Deus realmente decidisse usar as ações humanas como parâmetros para manifestar o seu amor e o seu cuidado. Num mundo de tanta desigualdade social, onde poucos têm muito e muitos têm pouco, quão injusto seria Deus!
Entende agora o porquê da revolta de Paulo? Como é que alguém que foi liberto em Cristo de todas essas ideologias falsicantes do Evangelho submete-se, tão depressa, a elas novamente?
2º) A proposta do Evangelho de Cristo é de uma espiritualidade de liberdade radical.
Jesus não nos liberta apenas de sistemas religiosos ou políticos, mas também de nós mesmos, do nosso egoísmo, do nosso orgulho, da nossa soberba, altivez, presunção, arrogância; da falta de solidariedade, dos atos irresponsáveis, da falta de ética e da imoralidade.
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Conclusão
A Carta aos Gálatas nos oferece subsídios suficientes para vivermos de forma livre e responsável neste mundo. Mas, a resposta final sempre será de cada um de nós. Que resposta você dará?
(Irailton Melo de Souza, pr.)
Ps: O artigo completo está disponível no link abaixo:
http://www.agapebrasilia.com.br/mensagens/pdf/atual.pdf
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