Por Natalia Kovalenko
Os empregadores britânicos podem obter o direito de despedir funcionários que usem cruzes por cima da roupa de trabalho. Na opinião do Governo do país, os cristãos não podem usar símbolos da sua religião no trabalho. Londres pretende defender esta posição no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH).
Atualmente, o TEDH está debatendo dois casos semelhantes. Uma aeromoça da companhia aérea British Airways, Nadia Eweida, e a enfermeira Shirley Chaplin perderam emprego por se terem recusado a cumprir a exigência dos empregadores de não usarem a cruz por cima do uniforme. As duas mulheres qualificaram esta exigência como violação do artigo 9 da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, que garante a liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Entretanto, o Governo britânico manifestou-se em apoio dos empregadores, ressaltando que o uso de cruzes não é uma exigência obrigatória para os cristãos. Por isso, afirma o Governo, esta proibição diz respeito à ética empresarial e não tem nada a ver com a discriminação religiosa.
Nenhuma confissão cristã no mundo tem cânones obrigatórios ligados ao uso de cruzes, destaca o sacerdote da Igreja Ortodoxa da Rússia, Maksim Obukhov.
"Estas são tradições de devoção que não têm força obrigatória. Tal significa que uma pessoa, sendo cristã, pode não usar uma cruz. Contudo, alguns cristãos, por exemplo na África, até fazem tatuagens em forma de cruz. Entretanto, as tradições de usar a cruz são muito antigas. Aquilo que aconteceu na Inglaterra é uma parte da tendência geral. Na Grã-Bretanha e no mundo anglo-saxão, em geral, o anticristianismo entra simplesmente em moda".
Tal diz respeito não apenas a quaisquer atributos externos, mas também a opiniões, modo de vida e formas de educação. Assim, no ano passado, foi recusado a um casal britânico adotar uma criança porque os pais tinham ensinado aos filhos anteriores a inaceitabilidade das relações homossexuais. Levando em consideração que, na Igreja Anglicana, os gay não só podem ser sacerdotes, mas também contrair casamento, a posição tradicional cristã em relação à sodomia diverge do ponto de vista oficialmente reconhecido no Estado. Ao mesmo tempo, a atitude dos cristãos para com homossexuais pode ser qualificada como ofensiva por uma parte da sociedade. Deste ponto de vista, a proibição de usar cruzes, tal como a condenação da homofobia são tentativas de proteger os direitos humanos, igualmente com a proibição de vestir hijab nos locais públicos em alguns países da Europa. Eis a opinião do perito do movimento “Pelos Direitos Humanos”, Evgueni Ikhlov:
"Trata-se de uma tentativa de proteger jovens e mulheres, naturais dos países islâmicos, que gostariam de vestir roupa europeia. Mas são pressionadas pelo seu próprio meio, porque a tradição islâmica não aceita uma jovem sem lenço Hijab. Mas qualquer mulher, proibida de usar Hijab, pode perguntar, por que razão outras pessoas podem usar cruzes. E se for para tribunal, ganhará com certeza o caso, porque se trata de discriminação".
Contudo, estas tentativas de excluir da vida contemporânea as manifestações de religiosidade podem levar a outros fenómenos sociais, não menos religiosos, mas mais extremos.
Atualmente, o TEDH está debatendo dois casos semelhantes. Uma aeromoça da companhia aérea British Airways, Nadia Eweida, e a enfermeira Shirley Chaplin perderam emprego por se terem recusado a cumprir a exigência dos empregadores de não usarem a cruz por cima do uniforme. As duas mulheres qualificaram esta exigência como violação do artigo 9 da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, que garante a liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Entretanto, o Governo britânico manifestou-se em apoio dos empregadores, ressaltando que o uso de cruzes não é uma exigência obrigatória para os cristãos. Por isso, afirma o Governo, esta proibição diz respeito à ética empresarial e não tem nada a ver com a discriminação religiosa.
Nenhuma confissão cristã no mundo tem cânones obrigatórios ligados ao uso de cruzes, destaca o sacerdote da Igreja Ortodoxa da Rússia, Maksim Obukhov.
"Estas são tradições de devoção que não têm força obrigatória. Tal significa que uma pessoa, sendo cristã, pode não usar uma cruz. Contudo, alguns cristãos, por exemplo na África, até fazem tatuagens em forma de cruz. Entretanto, as tradições de usar a cruz são muito antigas. Aquilo que aconteceu na Inglaterra é uma parte da tendência geral. Na Grã-Bretanha e no mundo anglo-saxão, em geral, o anticristianismo entra simplesmente em moda".
Tal diz respeito não apenas a quaisquer atributos externos, mas também a opiniões, modo de vida e formas de educação. Assim, no ano passado, foi recusado a um casal britânico adotar uma criança porque os pais tinham ensinado aos filhos anteriores a inaceitabilidade das relações homossexuais. Levando em consideração que, na Igreja Anglicana, os gay não só podem ser sacerdotes, mas também contrair casamento, a posição tradicional cristã em relação à sodomia diverge do ponto de vista oficialmente reconhecido no Estado. Ao mesmo tempo, a atitude dos cristãos para com homossexuais pode ser qualificada como ofensiva por uma parte da sociedade. Deste ponto de vista, a proibição de usar cruzes, tal como a condenação da homofobia são tentativas de proteger os direitos humanos, igualmente com a proibição de vestir hijab nos locais públicos em alguns países da Europa. Eis a opinião do perito do movimento “Pelos Direitos Humanos”, Evgueni Ikhlov:
"Trata-se de uma tentativa de proteger jovens e mulheres, naturais dos países islâmicos, que gostariam de vestir roupa europeia. Mas são pressionadas pelo seu próprio meio, porque a tradição islâmica não aceita uma jovem sem lenço Hijab. Mas qualquer mulher, proibida de usar Hijab, pode perguntar, por que razão outras pessoas podem usar cruzes. E se for para tribunal, ganhará com certeza o caso, porque se trata de discriminação".
Contudo, estas tentativas de excluir da vida contemporânea as manifestações de religiosidade podem levar a outros fenómenos sociais, não menos religiosos, mas mais extremos.
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