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América Latina: a Crise Política se Aprofunda


O ciclo econômico na América Latina nos últimos anos tem sido positivo. Uma oportunidade que está sendo perdida e atropelada pela crise política quase generalizada e pela insegurança jurídica crescente.

- No Brasil, após o afastamento de oito ministros por denúncias da imprensa, o Congresso é estilhaçado com grampos de denúncias de corrupção no esquema conhecido como Cachoeira-Delta, abre CPI e promete sangrar na carne.

- Na Argentina, o vice-presidente é acusado, de forma documentada, de corrupção por tráfico de influência. A presidente Cristina Kirchner desapropriou a Repsol da Espanha e inventou um conflito com o Reino Unido pelas Ilhas Malvinas. Enquanto isso, a economia desaba.

- Na Venezuela, a imprevisibilidade é total em função do câncer terminal do presidente Chávez, cujos prazos se encurtam. A semana passada começou com a denúncia de juízes de manipulação dos tribunais e terminou com o assassinato de um general muito próximo a Chávez, sugerindo a “antecipação” da sucessão em seu grupo.

- No Equador, Rafael Correa reprime a imprensa e vai tornando seu governo cada vez mais autoritário. Enfrenta as denúncias de seu próprio irmão.

- Na Bolívia, Evo Morales, que era líder do sindicato dos cocaleiros e, que por sua imagem, iludiu os que o pensavam como líder indígena, enfrenta, sistematicamente, há um ano, protesto crescente dos quechuas e aymaras (60% da população) em relação a suas terras.

- No Paraguai, o senado decidiu destituir 7 ministros da Suprema Corte, apoiados em legislação existente. Os ministros vão recorrer à OEA e o presidente Lugo aguarda o desfecho.

- No México, os cartéis de drogas tornam-se operativos armados paralelos e seus sicários matam os que criam problemas.

- Na Guatemala, o novo presidente, General (R) Perez Molina, disse que não há como combater o tráfico de drogas e que é melhor liberar o tráfico das 300 toneladas anuais que passam por seu país.

- Em Honduras, as ocupações de terra crescem, o tráfico de drogas se expande e a oposição avança sobre a debilidade do presidente Pepe Lobo.

- Em El Salvador, o presidente Fulnes credenciou emissário no presídio de segurança máxima e propôs aos chefes das gangues um acordo para reduzir os homicídios.

- Na Nicarágua, a eleição que reelegeu Daniel Ortega foi considerada fraudulenta pelos observadores da União Europeia.

- No Panamá, o presidente e magnata Martinelli, um populista de direita, enfrenta ações por atropelar as leis e desconhecer o judiciário.


Restam Uruguai, Colômbia, Chile e Peru.

* No Peru, o presidente Humala - mesmo enfrentando os problemas familiares - até aqui mostra-se sensato, e seu passado chavista ainda não deu sinais de aflorar. Enfrenta problemas com os indígenas por uma lei populista que fez no início do governo, dando poder de decisão a eles em investimentos em suas regiões, o que tem bloqueado bilhões de investimentos em mineração.

* No Chile, com suas instituições estáveis, a crise é de popularidade do presidente Peneira que enfrenta constantes e massivos protestos dos estudantes.

* No Uruguai, o presidente Mujica (ex-dirigente Tupamaro) surpreendeu pela moderação. Recentemente despertou preocupação em relação à revisão da lei de anistia e ao apoio a Cristina Kirchner.


Apenas a Colômbia de Eduardo Santos é um mar de tranquilidade, com seu presidente firme contra as FARC e de popularidade crescente. A recente reunião da Cúpula das Américas na Colômbia mostrou o marasmo político continental.

Ah, faltou Cuba. Se bem que nem precisava lembrar a natureza desse regime...

Fonte: Ex-Blog do Cesar Maia.

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