O líder do PR no Senado, Magno Malta (ES), prometeu retaliar as declarações de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, sobre religiosos
Rosa Costa, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - "Nós e os católicos vamos derrotar Haddad em São Paulo", ameaçou nesta quinta-feira, 9, o líder do PR no Senado, Magno Malta (ES), ao se referir à retaliação contra o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Malta anunciou que os evangélicos vão reagir ao que o ministro teria dito no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Segundo o senador do PR, Carvalho disse que a próxima batalha ideológica será com os evangélicos, "conservadores que têm uma visão do mundo controlada por pastores de televisão". Pregador evangélico, Malta sugeriu na quarta-feira a Carvalho que "lave a boca com álcool".
"Durante a eleição 'os evangélicos eram a joia da coroa'", lembrou Magno Malta
Após rebater da tribuna do Senado, na quarta-feira, 8, à noite, a declaração de Carvalho (a quem chamou de "safado", mentiroso" e "camaleão"), o líder do PR prevê que a declaração do ministro terá "ampla repercussão" na campanha do ex-ministro da Educação Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo. No seu entender, a rejeição ao PT e à senadora Marta Suplicy (PT-SP), principal cabo eleitoral de Haddad, além da iniciativa do então ministro de criar o "kit gay", como chama o material contra a homofobia preparado pela pasta, são fatores que vão "esmagar" a candidatura petista. "O Haddad se derruba sozinho", afirmou. "Se a oposição colar isso nele, ele já nasceu morto".
Magno Malta informou que nem o ministro nem ninguém do governo o procurou para falar de sua reação ao discurso de Carvalho no fórum de Porto Alegre. "Se ele me procurar, eu não falo com esse boca-suja, só falo com sua chefe", explica, referindo-se à presidente Dilma Rousseff. "Quem fala pelos cotovelos, tem de pagar", disse.
O líder informou que na próxima terça-feira se reunirá com parlamentares da Frente Evangélica para acertar a "grande marcha" que pretende realizar em Brasília contra o secretário-geral da presidência. "O ministro boca-suja terá de se desmentir", previu. O senador vai ainda sugerir a cada um dos líderes evangélicos que entrem com um processo contra Gilberto Carvalho, "para que ele diga quem são os evangélicos conservadores".
Malta disse que sua irritação contra Carvalho se deve ainda ao descaso com que ele trata a ajuda que recebeu dos evangélicos, por seu intermédio, nas eleições do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff. "Ali os evangélicos eram a joia da coroado", lembrou. Outro ponto de sua irritação, conforme frisou, é o "esquecimento" do ministro em relação ao fato de tê-lo procurado quando da CPI dos Bingos, criada por um requerimento de sua iniciativa. Malta disse que Carvalho aguardava o momento de falar à comissão "abrigado" em seu gabinete.
Fonte: Estadão.
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