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Nascido gay?

Em resposta a entrevista do Pastor Silas Malafaia no programa De Frente Com Gabi, o biólogo Eli Vieira, de 25 anos e mestre em genética, produziu um vídeo refutando as afirmações do pastor. Ao fim dos esclarecimentos, Eli ressaltou suas palavras como sendo estritamente profissionais: "Eu não tenho nenhuma lição de moral, porque, ao contrário de você, pastor Silas Malafaia, eu não misturo os meus fatos como biólogo geneticista com a minha moral ou ética. Os fatos eu simplesmente aceito", disse. Os críticos daqueles que seguem os preceitos bíblicos costumam os acusar de citarem afirmações sem pesquisas científicas embasadoras, mas notemos que todas as respostas do pastor (que já tiveram réplica, tréplica e a discussão ainda continuou...) sempre são embasadas em estudos.

"Minha resposta ao doutorando em Genética, que me parece estar defendendo a sua causa na questão da homossexualidade:

Toda a argumentação que ele apresenta é apenas suposição científica, sem prova real, e tremendamente questionada pela própria Genética. É igual à Teoria da Evolução, uma argumentação científica que não pode ser provada.

Não existe ordem cromossômica homossexual, só de macho e fêmea. Então, pseudodoutor, não existe uma prova científica de que alguém nasce homossexual, apenas conjecturas.

Dados de pesquisas americanas: 86% dos homens homossexuais já se apaixonaram ou tiveram relação com mulheres; 66% das mulheres homossexuais já se apaixonaram ou tiveram relações com homens. Como alguém nasce homossexual se já teve relação heterossexual? Isso é uma piada!

46% dos homens homossexuais já sofreram abuso por homens. A pesquisa é mais estarrecedora ao mostrar que 68% dos homens homossexuais só se identificaram com o homossexualismo após o abuso.

Se o rapaz metido a doutor em Genética quiser saber mais, leia o livro Nascido gay?, do Dr. John S. H. Tay, que tem mestrado em Pediatria e dois doutorados: um em Genética e outro em Filosofia, e analisou 20 anos de pesquisas sobre o assunto.

Mais uma para o pseudodoutor sobre os gêmeos monozigóticos, que são idênticos geneticamente: 35% desse tipo de gêmeo que é homossexual, o seu irmão gêmeo é heterossexual. Logo, conclui-se que geneticamente não se nasce homossexual, e o fator externo, do ambiente, é fundamental para determinar isso. Preferência aprendida ou imposta. Ou todos teriam de ser homossexuais ou todos teriam de ser heterossexuais no caso de gêmeos monozigóticos.

A verdade é esta: ninguém nasce gay. Não existe prova científica, apenas teorias científicas."

Fonte: http://holofote.net/silas-malafaia-arrebenta-doutorando-em-genetica-que-tentou-envergonha-lo/

Segue abaixo uma resenha do que é tratado no livro Nascido gay?, do Dr. John S. H. Tay, feita por Zwinglio Alves Rodrigues, que é graduado em pedagogia e teologia, tem especialização em Ciências da Religião e atualmente cursa uma pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior, leciona no Instituto Federal da Bahia (campus de Vitória da Conquista, Bahia) e no Colégio da Polícia Militar na mesma cidade, além de atuar como pastor da Igreja Batista Vida.

TAY, John S. H. Nascido Gay? Existem evidências científicas para a homossexualidade? Rio de Janeiro, Central Gospel, 2011, 180 p.

Dr. John S. H. Tay estudou medicina na Universidade de Sidney, na Austrália, com a bolsa de estudos do Colombo Plan (1961-1966). Formou-se como o melhor da classe, o que lhe rendeu um título de honra e uma medalha da universidade. Tem mestrado em pediatria e dois doutorados – um em genética humana, outro em filosofia – pela Universidade Nacional de Cingapura. Ele fez parte da equipe acadêmica do departamento de pediatria da Universidade Nacional de Cingapura por 22 anos (1973-1995), e, de 1988 a 1995, foi professor e chefe do departamento de ediatria e da divisão de genética humana. Publicou algumas centenas de pesquisas, inclusive na área da genética.

O livro do Dr. Tay examina a afirmação insistentemente feita por grupos homossexuais e seus defensores de que os gays já nascem como tais e que isso não pode ser mudado. Seria tal afirmação veraz ou ela não passa de uma falácia ideológica? O autor, à luz da genética humana tenta oferecer uma resposta a este questionamento analisando vinte anos de pesquisas de alta qualidade e que foram publicadas em revistas internacionais bem conceituadas.

Introdutoriamente, o livro faz uma revisão de importantes trabalhos científicos publicados. Aqui o Dr. Tay apresenta com breves comentários artigos sobre a homossexualidade que datam do ano de 1991 até o ano de 2009. Somos informados sobre dificuldades de compreensão desses trabalhos devido a uma linguagem técnica e cálculos matemáticos complexos. No entanto, a revisão oferecida no corpo do livro prima por uma linguagem acessível.

Ao todo, são apresentados cinqüenta estudos com suas breves observações. Eis alguns títulos: Orientação sexual humana. As teorias biológicas são reavaliadas. Orientação sexual em gêmeos: um relatório sobre 61 pares e três grupos de trigêmeos. A homossexualidade é genética? Uma análise crítica e algumas sugestões. A descoberta do “gene gay” é questionada. Influências genéticas e ambientais na orientação sexual e seus correlativos em uma amostra de gêmeos australianos. Dados comparativos de assédio sexual na infância e na adolescência em pessoas heterossexuais e homossexuais. Mudando a orientação sexual: um relatório de pacientes. Alguns gays e lésbicas podem mudar sua orientação sexual? Duzentos participantes relatam uma mudança da orientação homossexual para a heterossexual. A importância de estudos de gêmeos.

No capítulo inicial denominado uma avaliação de pesquisas publicadas ao longo das últimas duas décadas o autor propõe uma discussão sobre a tão propalada base biológica para a homossexualidade. Ele inicia a conversa citando o psiquiatra estadunidense Jeffrey Satinover que polemiza a questão ao afirmar que a procura por uma base biológica para a homossexualidade pertence àqueles que querem destruir todas as experiências clínicas que provam ser a homossexualidade sujeita à mudança. Posteriormente, o Dr. Tay expõe condensadamente reveladoras conclusões que fundamentam a fala supra. Já no fechamento desse capítulo o autor assume uma posição sobre ser a homossexualidade mais ambiental ou genética e se os gays podem mudar.

O segundo capítulo traz a baila uma introdução à metodologia de pesquisa. A verdade relacionada a um aspecto do mundo visível deve ser o alvo final de todo pesquisador. O bom funcionamento de um sociedade perpassa pelo respeito a verdade. Caso a verdade não seja levada a sério em qualquer área da sociedade, resultados de degradação e decadência são inevitáveis. O autor demonstra isso argumentando sobre o impacto da negação da verdade em setores da sociedade como artes e entretenimento, business e finanças, cultura e religiões, distribuição e mídia, educação e escolas, famílias e lares e governo e lei.

Dr. Tay explica que são evidências que estabelecem a verdade. Ele argumenta que em um tribunal as testemunhas são incitadas a falarem a verdade, outras são levadas a jurarem que suas informações são verdadeiras e outras podem até passar pelo detector de mentiras. No entanto, apenas por um conjunto de evidências suficientes é que um réu é declarado culpado. Em seguida, ele destaca e comenta três perguntas que devem ser feitas no processo de avaliação das evidências. São elas: A pergunta certa foi feita? A evidência é confiável? O que significam os resultados?

O terceiro capítulo define genética humana e apresenta os seus conceitos básicos. Dr. Tay explica o que são cromossomos, DNA e quais são as maneiras pelas quais se dá a herança dos genes. Em relação a este último ele apresenta quatro maneiras de transmissão dos genes de geração a geração. São elas: gene único (herança de Mendel), anomalias cromossômicas, muitos genes (herança poligênica) e contribuições genéticas para outras doenças.

O quarto capítulo discute como avaliar a contribuição dos fatores genéticos e ambientais para a homossexualidade. É apresentada uma medida para cálculo chamada de herdabilidade da tendência (h²). Os cálculos são complexos, porém a interpretação da herdabilidade é simples, afirma o autor. Neste capítulo, o objetivo é demonstrar como pode ser estimada a importância relativa dos genes e a importância do ambiente e, para isso, o Dr. Tay parte de duas abordagens chamadas de estudo de gêmeos e cálculo da herdabilidade da tendência. Alguns subtópicos da primeira abordagem são a importância dos estudos de gêmeos, interpretações das proporções de concordância e limitações dos estudos de gêmeos. Em relação a segunda abordagem, destacam-se os subtópicos modelos matemáticos e interpretação da herdabilidade da tendência.

O quinto capítulo examina as evidências de fatores genéticos na homossexualidade. Os estudos de gêmeos apontaram resultados surpreendentes assim como os estudos das estruturas cerebrais. Um estudo polêmico sobre diferenças estruturais entre o hipotálamo de homens homossexuais e o de homens heterossexuais escrito pelo neurocientista de Harvard Dr. Simon Lavey é discutido neste capítulo e, a seu respeito, são apresentados alguns resultados de uma cuidadosa análise à qual ele foi submetido. Neste capítulo há uma significativa discussão sobre estudos de gêmeos, metodologia que na opinião do Dr. Tay oferece a melhor evidência para a aceitação de que orientação sexual possa ter uma base biológica. Nesse contexto discute-se também, a partir dos estudos Amostra Nacional dos EUA e Registro Australiano de Gêmeos, a estimativa dos componentes genéticos e ambientais. Para resultados de estimativas de herdabilidade, é dito que a segunda pesquisa é mais relevante devido ao fato do tamanho da amostra ser maior e da estimativa da herdabilidade ser mais precisa. Outras discussões são levantadas até o fim do capítulo.

O sexto capítulo analisa fatores ambientais que poderiam levar à homossexualidade. São abordados fatores pré-natais como a razão entre as medidas do segundo e do quarto dedo e a homossexualidade masculina, mão predominante, dermatoglifia (estudo das impressões dos dedos e das palmas) e a ordem de nascimento fraternal e fatores pós-natais como relacionamento entre pai e filho e abuso sexual e físico. Além da discussão em torno desses fatores, discute-se também a denominada plasticidade da orientação sexual e os chamados fatores de manutenção. Toda argumentação que envolve esses fatores revela dados interessantes sobre o papel que o ambiente desempenha na orientação sexual. Esse capítulo é finalizado com a indicação de que homens homossexuais tem o tempo de vida vinte e quatro anos menor que os heterossexuais. Números relacionados a pesquisas feitas na Dinamarca e Noruega fundamentam esse dado.

O sétimo capítulo discute a polêmica questão da terapia de reorientação. O Dr. Tay faz referência à Academia Americana de Pediatria e a Associação Psiquiátrica Norte-Americana como sendo organizações contrárias à terapia de reorientação. Esta posição fundamenta-se, segundo elas, na falta de evidências científicas publicadas. No entanto, de acordo com o autor, o propósito deste capítulo é analisar a possibilidade de reorientação sexual. Existem pelo menos três fontes em que se pode buscar respostas para a possibilidade de reorientação sexual. A primeira são histórias de pessoas que alegam ter experimentado a mudança. Outra são declarações consensuais de organizações de profissionais da psiquiatria e da psicologia. A terceira são pesquisas científicas, fonte que o autor escolheu examinar e analisar neste capítulo. Dentre alguns estudos citados, destaca-se o do respeitado psiquiatra estadunidense Dr. R. L. Spitzer. Seu trabalho chama-se Alguns gays e lésbicas podem mudar sua orientação sexual? Duzentos participantes que relataram uma mudança de sua orientação homossexual para a heterossexual. Para fechar o capítulo, o autor tece comentários sobre questões relacionadas a ética médica.

Conclusivamente, o Dr. Tay apresenta e comenta, resumidamente, algumas certezas sobre a terapia de reorientação.

Esta obra desmistifica muitas afirmações sobre este assunto bastante sensível. Ela, em conjunto com todos os estudos indicados, pode auxiliar como texto orientador na elaboração de políticas públicas relacionadas a homossexualidade afim de que as mesmas fundamentem-se na verdade.

O livro apresenta alguns termos técnicos, cálculos matemáticos e estatísticos revestidos de alguma complexidade. No entanto, percebe-se uma preocupação do autor em oferecer explicações suficientes para situar o leitor frente a toda linguagem acadêmica que inevitavelmente acaba por aparecer no corpo do texto.

Este livro é recomendado para o público em geral. Em particular, recomendo-o para pedagogos, psicólogos, advogados, teólogos, pastores, demais líderes religiosos e todos aqueles que se interessam pelo assunto.

Fonte: http://www.blogdokimos.com/wp-content/uploads/2012/02/Resenha-Nascido-Gay.pdf

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