Caça F-15 da aviação israelense
(AFP/JACK GUEZ)
RFI
O governo sírio acusa Israel de ter bombardeado um centro de pesquisas científicas militar na província de Damasco, próximo da fronteira com o Líbano, na madrugada de quarta-feira. Segundo o exército, o ataque deixou dois mortos e cinco feridos e destruiu parcialmente as instalações. O Hezbollah libanês condenou nesta quitna-feira o que chamou de ataque sionista contra a Síria, e a Rússia, aliada de Damasco, disse que se for confirmado esse ataque é uma "ingerência militar inaceitável".
Daniela Kresch, correspondente da RFI em Tel Aviv
Segundo informações não confirmadas, aviões israelenses teriam atacado, na madrugada desta quarta-feira, um comboio de caminhões carregando armas sofisticadas em direção ao Sul do Líbano.
As armas, mísseis antiaéreos SA-17 de fabricação russa, teriam como destino os arsenais da guerrilha libanesa Hezbollah, que se envolveu, em meados de 2006, num conflito de um mês com Israel.
As autoridades israelenses não se pronunciaram oficialmente, mas segundo fontes ouvidas pelo jornal The New York Times, a cúpula política de Israel teria notificado a Casa Branca antes do ataque.
O exército libanês revelou que doze caças israelenses haviam cruzado seu espaço aéreo, mas o governo sírio demorou para confirmar. Só no fim da tarde emitiu nota revelando o que chamou de “agressão arrogante” de Israel.
Mas os sírios alegaram que o bombardeio teria atingido um centro de pesquisas científicas num subúrbio de Damasco e feito duas vítimas.
Há meses, Israel tem alertado para a possibilidade de que, ameaçado, o presidente sírio Bashar al-Assad decida transferir armas químicas e biológicas para o Hezbollah.
A pergunta, agora, é se a Síria, envolta numa sangrenta guerra civil que já matou mais de 40 mil pessoas, vai reagir ao ataque, ou se a resposta será dada através do Hezbollah ou do Irã – aliado do governo Assad.
O Hezbollah emitiu nesta quinta-feira um comunicado condenando o ataque. O movimento xiita radical considera que a agressão visa destruir o país, enfraquecer a resistência contra o povo judeu e aumentar o complô contra os povos árabes e muçulmanos. Há informações sobre aumento de movimentação militar na fronteira entre Israel e Síria.
A Rússia declarou nesta quinta-feira estar "muito preocupada" com a informação. Segundo o ministério russo das Relações Exteriores, se confirmado, o ataque é uma ingerência militar inaceitável e viola as regras da ONU.
A última vez que Israel atacou a Síria – país com o qual está em estado de guerra desde 1967 – foi em 2007, quando destruiu um reator nuclear no Noroeste do país, numa ação cirúrgica nunca admitida por Damasco e que não levou a retaliações internacionais.
Fonte: RFI.
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