Deputado Jean Wyllys diz que pretende adotar filho
(Foto: Agência Câmara)
No dia em que o Papa Bento XVI condenou a adoção de crianças por homossexuais, o deputado federal Jean Wyllys afirma que pretende adotar uma criança. “Vivemos num estado laico. Quero e vou adotar um filho. É um direito meu. E nem o Papa e nem ninguém pode impedir. Adoção é direito civil. Nenhuma igreja pode se sobrepor ao Estado”
No dia em que o Papa Bento XVI condenou a adoção de crianças por homossexuais, o jornal Folha de São Paulo publicou uma matéria com o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), ativista e homossexual assumido, afirmando que pretende adotar uma criança quando completar 40 anos de idade.
- Vivemos num estado laico. Quero e vou adotar um filho. É um direito meu. E nem o Papa e nem ninguém pode impedir. Adoção é direito civil. Nenhuma igreja pode se sobrepor ao Estado - disse Wyllys.
Para o deputado, o posicionamento do sumo pontífice da igreja católica ao condenar o posicionamento da suprema corte de apelação italiana que garantiu o direito de uma mãe homossexual de manter a custódia de seu filho, é uma das causas que contribuem para manter o preconceito e incentivar a homofobia contra o segmento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT).
- A homofobia ganhou secularidade e o que é pior, laicidade. O que existe é uma demonização dos homossexuais e do povo de santo. O catolicismo e qualquer outra religião tem o direito de achar que a homossexualidade é pecado e eu tenho o direito de achar que não é. O que não pode é que este posicionamento seja utilizado por grupos que reproduzem este comportamento de forma violenta ou homofóbica - observa o parlamentar.
Como exemplo deste comportamento, Wyllys cita o último levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), um dos mais antigos a atuar em defesa dos direitos do semento LGBT, sobre o assassinato de homossexuais em todo o Brasil. Segundo a pesquisa, o número de mortes ligados a homofobia cresceu 27% em 2012 quando em comparação com o exercício anterior, chegando a 338 assassinatos. Desde 2005, os crimes do gênero subiram 317%.
- Qualquer cidadão, seja heterossexual ou homossexual, está sujeito a sair de casa , ser assaltado e levar um tiro. Mas o homossexual está ainda mais exposto. Basta ser apontado como tal que a qualquer momento ele pode sofrer algum tipo de agressão unicamente por razões de gênero ou de escolha sexual. É um crime de ódio - diz o deputado.
Apesar disto, Wyllys reconhece que o incremento no registro deste tipo de crime pode estar ligado ao fato do grupo LGBT estar denunciando com mais vigor crimes desta natureza , diminuindo a subnotificação, bem como a uma maior intolerância por parte de alguns grupos sociais.
- Neste ponto a internet deu uma grande contribuição, um grande impulso, para que fosse criada uma reação contra uma situação que vivia escondida nos porões. Ela deu uma maior visibilidade a esta situação. Agora existe uma reação por parte do segmento LGBT , que deixou de ser um grupo invisível para a sociedade - comenta.
- Não queremos ter mais direitos que ninguém, mas queremos que haja uma igualdade válida para todos. Queremos apenas o cumprimento da Constituição, que veta o preconceito em todas as suas formas - completa.
E é neste ponto que Jean Wyllis vai de encontro ao posicionamento tomado pelo Papa Bento XVI ao condenar a adoção de crianças por homossexuais.
- A igreja não pode se imiscuir em questões referentes ao Estado. O Estado é laico. Isto é uma questão de direitos civis. Não pode haver uma discriminação desta natureza, que viole uma das cláusulas pétreas da Constituição que é indiscriminável - defende.
Apesar das críticas, Wyllys observa que os setores progressistas da Igreja e que atuam junto ao grupo LGBT possuem um posicionamento diferente do manifestado pelo Papa.
Fonte: Pragmatismo Político.
“O caminho do ímpio é abominável ao SENHOR, mas ao que segue a justiça ele ama.” (Pv 15:9)
“Agindo eu, quem o impedirá?” (Is 43:13b)
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