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Relatório da AIEA poderá aumentar tensão entre Irã e Israel

Estudo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve ser apresentado esta semana com informações mais detalhadas sobre suposta fabricação de armas nucleares pelo Irã. Israel avalia intervenção militar no país.

Mundo | 06.11.2011

Relatório sobre programa nuclear do Irã pode elevar tensão na região

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve divulgar esta semana em Viena um detalhado relatório sobre o programa nuclear do Irã que pode aumentar as suspeitas internacionais sobre os interesses militares de Teerã e alimentar tensões no Oriente Médio. Entre outras informações, o documento deve revelar que Teerã desenvolveu um maquete virtual de uma ogiva nuclear.

Segundo um diplomata na Áustria, imagens de satélite já teriam revelado uma estrutura de aço, na qual materiais de alto potencial explosivo para acionar bombas nucleares, por exemplo, poderiam ser testados. O diplomata ressalta, porém, que o relatório não traz conclusões definitivas sobre o objetivo real de Teerã com o programa nuclear.

"Diante de experiências anteriores com o Iraque, a Agência Internacional de Energia Atômica está extremamente cuidadosa com relação a estas informações que constam de seu relatório, porque dados errados foram usados para justificar ações militares."

Ele ressalta que a suposta fabricação de armas de destruição em massa no Iraque foi, entre outros motivos, usada como justificativa pelos Estados Unidos para iniciar a guerra contra o país. Tais armas, no entanto, nunca foram encontradas.

Sede da AIEA em VienaBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Sede da AIEA em VienaO relatório deve ser apresentado aos integrantes da Agência na próxima quarta-feira (09/11), antes do encontro trimestral do conselho de representantes dos 35 Estados que compõem a AIEA, que deve acontecer na semana seguinte, em Viena. O documento deve trazer informações também anteriores a 2003 – ano em que, segundo uma controversa avaliação de 2007, teria ganhado força o processo de armamento do Irã.

As lideranças ocidentais poderiam vir a usar o relatório para aumentar a pressão internacional, por exemplo ampliando as sanções contra o país produtor de petróleo.

Rússia e China, porém, temem que a publicação das informações da AIEA neste momento possa atrapalhar qualquer chance de solução diplomática nas negociações sobre a questão nuclear e estariam se mostrando contrárias à divulgação do documento, sinalizando ser contra qualquer nova punição ao Irã.

"Uso pacífico"

O Irã, no entanto, contesta que o programa nuclear do país tenha algum intuito de construir armas. O governo de Mahmoud Ahmadinejad afirma que as pesquisas têm "fins pacíficos", como a produção de energia.

Alegações que se mostraram falsas no passado poderiam estar novamente sendo resgatadas, reclamou o ministro iraniano do Exterior, Ali Akbar Salehi. Ele diz que a AIEA não seria um órgão independente e que estaria lançando suspeitas sobre o Irã por pressão dos EUA.

Lideranças ocidentais, assim como Israel, acreditam que o governo iraniano tenta disfarçar, sob a máscara de um programa atômico civil, o desenvolvimento de uma bomba atômica.

Peres fala abertamente em intervenção militar no IrãBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Peres fala abertamente em intervenção militar no IrãAção militar

Enquanto isso, o presidente israelense, Shimon Peres, esquenta o debate sobre uma possível ação militar contra o programa atômico do Irã.

Ao ser perguntado, durante uma entrevista para um canal de televisão, se a situação caminha para um confronto militar em vez de uma solução diplomática, Peres respondeu: "acho que sim. O serviço de inteligência de muitos países veem o tempo passando e alertam seus governos que não há mais tempo a perder".

Segundo ele, o Irã poderia ter uma bomba nuclear em seis meses. Peres diz que o mundo tem a obrigação, assim como Israel, de frear as pretensões atômicas dos iranianos – nem que para isso seja necessária uma intervenção militar.

Há pouco mais de uma semana Israel discute os prós e contras de uma ação militar contra o Irã. Segundo uma pesquisa de opinião, a população estaria dividida. O medo de que o governo iraniano, grande adversário dos israelenses, esteja de posse de uma arma atômica leva Israel a defender uma ação militar, o que desencadearia sérios conflitos na região. O Irã promete uma resposta "apocalíptica" no caso de um ataque.

MSB/dapd/dpa/rtr
Revisão: Carlos Albuquerque

Fonte: Deutsche Welle.



Links relacionados:

- Relatório da ONU - Irã tem feito testes para produzir bomba atômica
http://www.cartacapital.com.br/blog/internacional/ira-tem-feito-testes-para-produzir-bomba-atomica/

- Irã trabalhou para fabricar armas nucleares, diz relatório da ONU
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1003475-ira-trabalhou-para-fabricar-armas-nucleares-diz-relatorio-da-onu.shtml

3 comentários:

Anônimo disse...

Tem que haver responsabilidades de todos pela preservação da paz no mundo. E, nessa questão com o trato do programa nuclear iraniano; não é com ameaças; bravatas, instigação e muito menos com mendacidades que se vai resolver a questão. Pois, alguns insensatos imperialistas querem incendiar a questão para criarem razões aparentes ou fictícias, alegando falsos motivos para tirarem proveitos políticos da situação - e não é por aí - a coisa tem que ser feita de modo equilibrado; para que se chegue a uma consenso, e sempre usando do bom senso; e não com o uso da força bruta como querem determinados incendiários insanos; que pensam em resolver tudo na base da força bruta.
Seria uma grande irresponsabilidade de alguns insanos, se ousarem de algum tipo agressão desvairada contra Irã; que poderia causar uma catástrofe internacional de consequências imprevisíveis.
E, acusações infundadas e sem consistência contra o Irã, não é o caminho para a preservação da paz e, da mesma forma, não trará nenhum resultado para a cessação de hostilidades.
A AIEA, que é um Órgão das Nações Unidas, tem que ter sua parcela de responsabilidade na preservação da paz, e também tem que estar sempre a serviço da preservação da paz pelo mundo, e não ser objeto de manobras politicas.
Entretanto, quando se trata do Estado pária de Israel; que parece não querer ter compromissos com a paz, e que não tem moral alguma; pois, Israel tem bombas nucleares e outras armas de extermínio em massa; além do que, esse estado não respeita e muito menos considera as resoluções das Nações Unidas, e nem considera a Comunidade Internacional e o mundo livre.
E, quando se trata de Israel não são feitas sanções ou medidas restritivas; quando Israel faz assentamentos ilegais ou medidas provocativas em territórios palestino, contrariando desse modo a comunidade internacional.

Guilherme disse...

Para pensar:

"TIREM TODAS AS ARMAS DOS ÁRABES E A GUERRA DEIXARÁ DE EXISTIR.
TIREM TODAS AS ARMAS DE ISRAEL E ISRAEL É QUEM DEIXARÁ DE EXISTIR."

Guilherme disse...

No início do século passado, para que pudesse haver paz no Oriente Médio, mais precisamente na região da Palestina, foi pensada a seguinte separação:
- A Jordânia abrigaria os muçulmanos
- O Líbano abrigaria os cristãos
- Israel abrigaria os judeus

Pena que não deu certo... Enquanto Israel existir, haverá ódio, inveja e preconceito por parte dos muçulmanos.

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