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Quanto vale uma vida?

Gilad Shalit

Após 5 anos, finalmente o grupo terrorista Hamas libertou do cativeiro o soldado israelense Gilad Shalit.

Shalit havia sido sequestrado no dia 25 de junho de 2006 durante uma operação realizada por terroristas palestinos contra um posto militar no sul de Israel, próximo a Faixa de Gaza. Dois de seus companheiros foram mortos, um terceiro ficou gravemente ferido. Seu colete à prova de balas ensanguentado foi encontrado no local da ação.


Ehud Barak (Ministro da Defesa), Benjamin Netanyahu (Primeiro-Ministro), Gilad Shalit e Benny Gantz (Comandante em Chefe das Forças de Defesa de Israel)
(Foto: AP - 18/10/2011))


Oficiais da divisão de comunicação das Forças de Defesa de Israel se emocionam durante transmissão da libertação de Gilad Shalit.


Noam Shalit, pai de Gilad

Mas essa libertação do soldado israelense foi um gesto de boa vontade do Hamas, abrindo caminho para um novo processo de paz? Infelizmente, não... Em troca, Israel teve que libertar primeiro 477 terroristas palestinos (90% pertencentes ao grupo radical Hamas), sendo que a maioria deles é formada por assassinos condenados à prisão perpétua pela morte de civis israelenses! E essa foi só a primeira leva, pois no total, Israel se comprometeu a libertar mais de mil presos!

"Eu espero que este acordo ajude na realização da paz entre os dois lados, Israel e palestinos", disse Shalit em uma de suas primeiras declarações à televisão egípcia após a libertação.

Enquanto isso, na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, centenas de milhares de palestinos comemoraram a libertação dos 477 prisioneiros, soltos desde a última terça-feira. No meio das comemorações, adivinhe qual era a palavra de ordem que a multidão gritava?

"Queremos mais Shalit! Queremos mais Shalit!"

Era só o que faltava... Depois de negociar com os terroristas, ao invés de obter a paz, o gesto aprovado pela Suprema Corte de Israel de libertar 1.027 terroristas palestinos acabou servindo para que mais militantes se sintam estimulados a atacar e sequestrar outros jovens soldados israelenses, fazendo-os também de refém pra servirem depois como moeda de troca na libertação dos demais terroristas presos em Israel (uns 4 mil, mais ou menos).


Ps: A maioria desses ex-prisioneiros palestinos deve querer apenas ir pra casa, reencontrar suas famílias, ou se estabelecerem para poder formar uma. Porém, de acordo com estatísticas do Serviço de Segurança de Israel, em torno de 15% dos presos libertados acabam tornando-se terroristas ativos novamente. Agora façam as contas: 1027 x (15%) = 154 novos terroristas.

Ps 2: Politicamente, esse acordo do governo de Israel com o Hamas foi principalmente uma tentativa de enfraquecer o poder do presidente palestino, Mahmoud Abbas, do Fatah (adversário do Hamas), após ele ter ido à ONU formalizar o pedido de reconhecimento do Estado Palestino. É uma tática antiga, mas eficaz. É como diz aquela famosa frase: "todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e uma casa dividida contra si mesma cairá".


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