Professor Doutor Marcos Eberlin
Marcos N. Eberlin é, desde 1982, professor doutor titular da Universidade Estadual de Campinas, no Brasil. Realizou um pós-doutoramento na Purdue University, nos Estados Unidos, e orientou diversos mestres, doutores e pós-doutores. Entre as pesquisas realizadas pelo seu grupo, destacam-se os estudos de reactividade de íons na fase gasosa, que levaram à descoberta de vários novos íons e novas reacções com diferentes aplicações analíticas e sintéticas. Uma dessas reacções hoje tem o seu nome: Reacção de Eberlin.
Membro da Academia Brasileira de Ciências, o Dr. Eberlin é comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico e autor de mais de 300 artigos científicos com mais de três mil citações.
Nesta entrevista, concedida a Michelson Borges, o Dr. Eberlin, que é crente, fala das suas pesquisas e da sua fé no Criador.
- Ao recomendar um livro criacionista, o senhor escreveu: “Como químico, percebo a assinatura do Criador em tudo, nos átomos e nas moléculas, na periodicidade dos elementos, na singularidade da água e do carbono, nos aminoácidos, proteínas e enzimas, nas máquinas moleculares e na obra-prima maior, a molécula de DNA.” Poderia falar um pouco sobre como cada um desses detalhes corresponde à “assinatura de Deus”?
A vida, quando observada “mais de longe”, superficialmente, já se mostra extremamente bela, complexa, simétrica, sincronizada, uma obra de arte, um esplendor absoluto. Veja as flores, os pássaros, a Lua e as estrelas, o homem e os animais, um espectáculo indefinível que nos apresenta, através da criação, um pouco da beleza, inteligência, engenho; atributos inigualáveis do nosso Deus. Mas como cientista e mais particularmente como químico, tenho a oportunidade de observar a obra de Deus de um ponto de vista mais próximo, mais detalhado, ao nível molecular.
Como químico, estudo a arquitectura da matéria, como foram formados os átomos, as moléculas, quais são as leis que regem o mundo atómico e molecular e as suas transformações. Percebo, então, numa dimensão atómica e molecular, como Deus é realmente um Ser de suprema inteligência e elegância, o Arquitecto, o Artista sem-par. Nessa dimensão, percebo uma riqueza extraordinária de detalhes, uma arquitectura constituída das mais diferentes formas geométricas, lindas, harmónicas, periódicas, perfeitas. Como a água, com a sua estrutura angular simples, mas única, que rege as suas propriedades também únicas, impressionantes, e que forma lindos cristais de gelo, de um design sem igual.
Veja os átomos e o ballet sincronizado dos seus electrões em orbitais. As proteínas, outro espectáculo, uma arquitectura química tridimensional e com pontos de encaixe engenhosamente posicionados que confere a essas moléculas propriedades diversas, uma eficiência extraordinária como aceleradores de reacções jamais igualada por qualquer outra espécie química. Beleza, simetria, design, engenho, sincronismo, ordem, linguagem e periodicidade, quantificação, tridimensionalidade – são assinaturas inquestionáveis de um Deus em tudo absolutamente espectacular! Evidências que nos tornam a todos, cientistas ou não, indesculpáveis.
É um delírio duvidar deste Deus e questionar a Sua existência. É um devaneio não admitir a Sua majestade; uma insanidade zombar do Seu poder e glória.
- O senhor e a sua equipe do Laboratório Thomson, do Instituto de Química da Unicamp, têm se destacado pelas suas pesquisas sobre homoquiralidade. Do que se trata isso?
Algumas moléculas, como os aminoácidos e os açúcares, que são constituintes básicos de todos os seres vivos, podem apresentar-se na forma de isómeros chamados de isómeros ópticos ou enantiómeros. Esses isómeros diferem apenas pelo posicionamento dos seus átomos num espaço tridimensional (um Deus trino e um espaço tridimensional!). Num desses isómeros, por exemplo, um átomo X está à direita e outro átomo Y à esquerda. No outro isómero, as posições estão trocadas, invertidas. Essas moléculas são “quase” idênticas, e pela lei das probabilidades num sistema não controlado, teriam a mesma possibilidade de se formar numa reacção química. Mas, por decisão do Criador, que quis adicionar em nós uma “assinatura química” que autenticaria a Sua obra, todos os aminoácidos do corpo humano são de um único tipo, do tipo L, sem excepção, e 100% puros. E, para confundir ainda mais os “sábios deste mundo”, todos os açúcares também são de um único tipo, sem excepção, mas do tipo oposto, ou seja, D. Somos, portanto, seres únicos, enantiomericamente puros, homoquirais! Escolhidos pelo nosso Criador a dedo, entre alternativas muito mais prováveis, mas menos interessantes, para assim sermos. Entre a possibilidade maior, a possibilidade caótica de sermos metade L e metade D (racémicos), ou entre as quatro improváveis LL, DD, LD ou DL, Ele escolheu que seríamos todos LD, e 100%! Pelo poder da Sua Palavra! Um enigma e tanto que estonteia os naturalistas e que cala os cépticos!
- Por que é que o senhor vê, especialmente nas moléculas quirais, as digitais do Criador?
Em todas as moléculas vemos “a mão e a mente” do nosso Criador. Mas as moléculas quirais são especiais, pois o acaso, o tempo, o caos, os “deuses naturalistas” nenhuma possibilidade teriam de criar seres 100% puros, homoquirais, especificamente seres exclusivamente LD. Os seres criados pelos “deuses naturalistas” seriam, no máximo, racémicos (misturas 1:1 de L e D), ou talvez um pouquinho mais para L ou mais para D, ou misturas de LD e LL. Mas 100% LD, para todos os aminoácidos e açúcares? Por isso, sabemos que não há no Céu, nem na Terra, Deus como o Senhor!
- Quando Charles Darwin elaborou e publicou a sua teoria, a Bioquímica ainda ensaiava os seus primeiros passos, já que a descoberta da primeira enzima ocorreu em 1833. De lá para cá, tanto a Bioquímica quanto a Biologia molecular desenvolveram-se muito e foram feitas descobertas que mostraram que a vida é muito mais complexa do que Darwin poderia sequer supor. Na sua opinião, porque é que, a despeito disso, a ideia da origem espontânea da vida ainda persiste?
Na época de Darwin, o “equipamento científico” mais utilizado era a cadeira de balanço, onde Darwin e outros pensadores e filósofos elaboraram as teorias naturalistas sobre a origem da vida. Porém, o trabalho árduo e sério de muitos cientistas utilizando métodos modernos, equipamentos científicos cada vez mais poderosos, desvendou uma vida muitíssimas e muitíssimas vezes mais complexa, organizada, sincronizada e elaborada do que os “vaivéns” das cadeiras de balanço ou as viagens de barco poderiam revelar. Mas a evolução foi contada com tanto entusiasmo durante mais de 150 anos, foi pregada com tanto fervor, foi catequizada com tanta veemência, está estampada e detalhada em tantos livros científicos com tanta pompa, deu tantos prémios a tantos, serviu de alívio a outros tantos que tentam escapar da iminência de um encontro face a face com Deus, foi apregoada por céus e mares como cientificamente provada em todos os seus aspectos, foi apresentada como a verdade mais cristalina face à ignorância dos religiosos, foi adoptada como o evangelho-mor dos naturalistas, está permeada em tantos conceitos e projectos científicos, que seria uma catástrofe sem precedência na história científica admitir a sua falha, a sua total inconsistência frente à Química e a Bioquímica modernas. Mas, quando a caixa preta de Darwin foi aberta, quando foram desvendados os segredos da máquina mais complexa e espectacular deste planeta (a célula), a verdade foi sendo revelada a pouco e pouco.
Deus “deu corda”, mas hoje Ele está a dirigir o processo de desmontagem do castelo naturalista, imenso, gigante, monstruoso, mas que precisa de cair e cairá.
- Por que é que o senhor acha que teorias como a panspermia cósmica (origem espacial) têm conquistado espaço no meio científico, a despeito de todas as improbabilidades com que elas têm que lidar?
Qualquer explicação para a vida e o Universo que não inclua a intervenção do nosso Criador, de Deus, será assim mesmo um delírio. Mesmo assim, homens acreditarão nelas e com elas se embriagarão, pois muitos se recusam a admitir que Ele existe e que comanda o Universo.
- O senhor declarou a um jornal que a sua grande motivação para fazer ciência é entender como Deus cria as coisas, usando as próprias leis da Química e da Física. Esse tipo de postura não lhe causa problemas no meio acadêmico? Como é que os seus colegas cientistas encaram a sua postura religiosa?
Até hoje não tem causado. Deus tem-me livrado pela Sua misericórdia e poder. Pelo contrário, tenho tido o privilégio único de fazer amigos que, apesar de se declararem ateus ou descrentes, têm com sinceridade encontrado em mim uma voz com um discurso diferente, um discurso de esperança, um discurso de alegria, de reconciliação, que fala do amor sublime do Criador Supremo pelos Seus filhos, que mostra a nossa importância como seres criados à semelhança de Deus, para Seu louvor e glória; seres com propósito, com destino, um destino de glória e honra, ao lado d’Ele.
- É possível harmonizar a ciência com a religião? Como é que cada uma delas pode contribuir na busca da verdade?
Sem dúvida. A ciência é uma dádiva de Deus. Ela existe para minimizar os males causados pela queda do homem, e que se agravam a cada dia que passa. A ciência pura e verdadeira deve ser exercida para o bem do homem e a preservação da obra do nosso Criador. Deve ser usada também para que o homem, imagem e semelhança de Deus, tenha a oportunidade de criar, de influenciar, de mudar um pouco o curso deste mundo. A ciência mostra que Deus existe, mas as religiões apresentam-nos formas de nos relacionarmos com deuses ou com o Deus verdadeiro. Cabe a nós, cientistas, remover da ciência a religião naturalista que dela se apoderou e exercer uma ciência desvinculada de amarras religiosas de qualquer tipo. E cabe aos religiosos a busca do Deus verdadeiro e a observância dos Seus mandamentos.
- Por que é que o naturalismo filosófico tem tanta força no meio científico hoje, quando sabemos que os fundadores do método científico tiveram boa convivência com a fé?
Em determinado momento do desenvolvimento da ciência, baseado em informações imprecisas e incompletas, percebeu-se que a ciência poderia ser o berço do nascimento de uma religião conhecida hoje como naturalismo. Essa “religião” prega que a vida é obra de um “deus trino” (o acaso, o tempo e as mutações) e teve sua génese numa explosão cósmica, o Big Bang. Infelizmente, isso ocorreu de uma forma intensa, e muitos têm-se convertido a essa crença. Mas Deus, que até hoje “deu corda”, que com ela confundiu os sábios deste mundo, cansou-Se dessa situação e está a reverter tudo e a restabelecer a verdade, livrando a ciência – que tanto bem tem trazido a todos nós – desse empecilho que prejudica um avanço científico ainda maior.
- A controvérsia entre criacionismo e evolucionismo está a crescer e a ganhar cada vez mais espaço na mídia. A que o senhor atribui essa tendência e onde é que isso vai parar?
Deus, que durante 150 anos “deu corda”, resolveu dar um basta! O vento está a soprar, e o castelo de areia naturalista vai cair.
Fonte: http://www.iqc.pt/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=1074
Link relacionado:
- Biólogos querem reforçar ensino da evolução
Preocupados com a disseminação de teorias criacionistas por "alguns cientistas", eles pedem a criação de um núcleo temático na USP
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,biologos-querem-reforcar-ensino-da-evolucao,866626,0.htm
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