Alabaster Box
Mostrando postagens com marcador Vera Lúcia Sant’Ana Gomes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Vera Lúcia Sant’Ana Gomes. Mostrar todas as postagens

Procuradora agredia menina por ritual satânico, diz testemunha


"Vera Lúcia pertence a religião satânica, onde creio ser este o motivo da adoção: o sacrifício da criança".

O relato assustador é de uma voluntária do Conselho Tutelar e faz parte da denúncia apresentada ontem pelo Ministério Público Estadual contra a procuradora de Justiça aposentada Vera Lúcia Sant’Ana Gomes, 66 anos, por ter torturado a menina T., 2 anos, que ficou 27 dias sob sua guarda provisória. Ontem, a Promotoria denunciou Vera por tortura e pediu sua prisão preventiva.

Conforme o depoimento da voluntária, as sessões de tortura física e psicológica sofridas por T. estão ligadas a uma seita. Ela conta que a procuradora tinha muitos ‘vodus’ e bonecos com rostos desfigurados. “Na mesa, havia cartas e um punhal que, neste ritual, significa sacrifício, morte”. E continua: “Creio que T. foi escolhida para ser oferecida em sacrifício. A intenção da senhora Vera era de matar a criança, rituais eram feitos na casa, como banhos de canjica”.

A denúncia ressalta ainda que T. não é a primeira criança vítima das agressões de Vera. Segundo o MP, ela obteve de forma irregular a guarda de outro menor deixado sob seus cuidados pelos pais biológicos. Mas, ao saber dos maus-tratos, o casal pegou o filho de volta.

O documento, assinado por cinco promotores, foi baseado em depoimentos de ex-empregados da procuradora, além da conselheira tutelar. Todos testemunharam as agressões contra T.. Os promotores Homero das Neves Freitas Filho, Márcio José Nobre de Almeida, Marisa Paiva, Claudia Canto Condack e Alexandre Murilo Graça afirmam que, de 17 de março a 14 de abril, período em que T. morou na casa da então mãe adotiva, “a procuradora, consciente e voluntariamente, submeteu a criança a intenso sofrimento físico e mental, agredindo-lhe de forma reiterada, para aplicar-lhe castigo pessoal”.

Há poucos dias, antes da denúncia, a procuradora chegou a ir à casa de um dos promotores do caso, que impediu sua entrada. O MP afirma que T. foi alvo diário de violência desde que chegou à casa de Vera.

Um trauma difícil de apagar


Abandonada duas vezes pela mãe biológica, T. podia ter, na adoção, a única chance para fazer parte de uma família de verdade. Mas foi no lar confortável da nova casa em Ipanema que a menina sofreu sessões diárias e covardes de tortura, difíceis para qualquer um superar, principalmente uma criança de 2 anos.

“Seu estado de choque é tão avançado que inviabilizou qualquer aproximação e estudo psicológico”, relatou ontem ao Ministério Público o psicólogo Gilberto Fernandes, da Polícia Civil.

Acompanhada de uma psicóloga da Vara de Infância, Juventude e Idoso e de duas funcionárias da instituição para menores onde está abrigada, T. foi levada ontem à Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) para iniciar a avaliação psicológica. O objetivo é saber, por meio das reações emocionais emitidas pela menina durante as entrevistas, o quanto as agressões sofridas a comprometeram.

“Ela me evitou completamente, chorava muito, ficou de costas e não deu condição de estabelecer contato. É preciso respeitar os limites dela. A única coisa que aceitou foi uma escova de cabelos”, contou Gilberto, que só conseguiu ficar 15 minutos com a criança.

Apesar dos brinquedos espalhados pela sala de avaliação, T. não aceitou nem entrar no cômodo. Gilberto ainda não sabe se vai chamar a criança para outra avaliação. Ele cogita a possibilidade de ouvi-la no próprio abrigo, único ambiente familiar da menina, onde ela mora desde os seis meses de vida. De lá, só saiu para ir viver com a procuradora.

A denúncia do Ministério Público, que traz depoimentos de ex-empregados de Vera Lúcia, pede a prisão da procuradora para “garantir a ordem pública e acautelar a credibilidade da Justiça, em face da gravidade do crime”. Leia alguns trechos.

BEBIDA À FORÇA

Luzia de Almeida relata frequentes tapas no rosto, puxões de cabelo e empurrões desferidos por Vera Lúcia em T.. “Numa sexta-feira, ela estava mais agressiva e mandou T. tomar copo de achocolatado. Como a criança não conseguiu, Vera Lúcia a obrigou a beber três copos, tapando o nariz da criança e jogando a bebida pela boca. A menina engasgava e vomitava. Vera a forçava a beber mais. A criança acabou chorando, toda suja, e foi apanhando na cara até o banheiro”, disse em depoimento.

"É UM DEMÔNIO"

Sidilania de Lacerda Borges da Silva detalhou quando a menina apanhou após ir a um shopping com Vera. “Ela perguntou, aos gritos, por que ela estava tão feliz e dava tapas que a fizeram cair no chão”, lembra. “Logo em seguida, ela arrastou T. pelo cabelo até o quarto, onde deu mais socos. A criança agarrou uma boneca de pano e ficou tremendo num canto”, declarou. Dias depois, outra surra. “Ela derrubou a menina da cadeira e gritou para mim: ‘Você está vendo? Ela se comportou no shopping e hoje já apronta! Essa garota é um demônio!!!’”, acrescentou. Sidilania conta ter visto T. com sangue na boca após esta surra.

OFENSAS À MÃE

Luzia e Maria Isabel Lima de Castilho revelam ainda os insultos de Vera Lúcia à menina: “Sua filha da p.! Você não vale nada, sua vaca, cachorra! Você é igual à sua mãe! Sua piranha! Antes meus bichos do que você, mil vezes meus bichos do que você!!!”.

ROTINA DE MURROS

Cláudio Pereira Morgado é outro ex-funcionário que, em depoimento, garantiu ter visto surras diárias. “Eu presenciei agressões em todos os cafés da manhã e almoços em que estive na casa”.


Fontes:
http://www.sistemaodia.com/noticias/procuradora-agredia-menina-por-ritual-satanico-76498.html
http://noticias.r7.com/rio-e-cidades/noticias/denuncia-do-ministerio-publico-contra-promotora-aposentada-menciona-seita-satanica-20100505.html