"O Senhor Jesus está no comando desta cidade"
(José Fortunati, prefeito de Porto Alegre)
O Prefeito de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, José Fortunati (PDT), discursou na Marcha para Jesus no último sábado, 1º/10, e afirmou que “o Senhor Jesus está no comando desta cidade”.
O evento, que reuniu aproximadamente 8 mil pessoas, e é realizado pelo Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos de Porto Alegre (CIMEPA), serviu também para a cerimônia de entrega das chaves de Porto Alegre aos Pastores da cidade. Fortunati afirmou ainda que a administração municipal é feita segundo a vontade de Jesus.
“Eu sou simplesmente seu servo, procuro operar de acordo com sua vontade”, afirmou o Prefeito.
Fortunati ressaltou ainda que foi eleito para governar para todos os cidadãos de Porto Alegre, porém incentivou os presentes a orarem pedindo a Deus que através da espiritualidade, a cidade seja melhor.
“Tenho consciência de que se Deus me colocou neste posto, neste momento, não basta apenas pensar na materialidade do nosso povo. Isto é importante (…), mas é importante também que a cada momento possamos resgatar a estabelecer com nosso povo uma relação direta com a palavra de Deus. Temos que rezar e orar para que a espiritualidade cresça na capital de todos os gaúchos. E para que esta cidade represente tudo o que queremos. Uma cidade que dê abrigo a todos, mas que, acima de tudo, tenha ao Senhor, nosso Deus”, disse o Prefeito.
REPERCUSSÃO
A repercussão do discurso de Fortunati entre os vereadores não foi muito positiva. Segundo o vereador Pedro Ruas, do PSOL, as palavras do Prefeito feriram a Constituição Federal:
“O prefeito é da Igreja Batista e tem todo o direito de ser, mas sua declaração é mal posta. Desrespeita o conceito de Estado laico definido pela Constituição Federal. Cria problemas com os que têm outras crenças e os que não têm nenhuma”, afirmou o vereador.
O vereador Sebastião Mello, do PMDB, também se pronunciou contrário à atitude do Prefeito, e afirmou que “há coisas mais importantes” para Fortunati se preocupar:
“Igreja é igreja, Estado é Estado” - afirmou o vereador. “Misturar fé com poder público já causou desastres na história, mas não vejo isso ocorrendo no Brasil nem na prefeitura. Há coisas mais importantes para se pensar na cidade”, continuou ele.
A presidenta da Câmara dos Vereadores, Sofia Cavedon (PT), que foi convidada pelos organizadores para um momento de bênção de autoridades, também marcou presença. Mas criticou:
“Como gestores públicos, temos que acolher pessoas de todas as religiões e os que não tem religião. Entendo que o Estado é laico e foi um momento em que se misturou religião e Estado”, disse ela.
Já o vereador Nelcir Tessaro, do PTB, acredita que o prefeito se equivocou, mas não vê maiores problemas na declaração:
“Eu não vejo nenhum problema, mas acho que não se pode ser dito isso. Todo mundo crê em Deus, mas quem governa é o prefeito. E é preciso respeitar as outras religiões”, disse.
Já para o líder do governo na Câmara, João Dib (PP), o prefeito quis dizer que é ajudado por Deus:
“É uma questão de fé, não vejo razão maior de preocupação. Acho que ele quis dizer que tem fé em Deus e que Ele está dando uma mão”, concluiu João Dib.
Fontes: Gospel Mais e Sul 21.
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